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MANIFESTO EM DEFESA DA MANUTENÇÃO DA MINEROPAR

MANIFESTO EM DEFESA DA MANUTENÇÃO DA MINEROPAR

Por ocasião do 48 Congresso Brasileiro de Geologia foi a comunidade geológica surpreendida com a notícia da extinção da MINEROPAR por parte do governo do Estado do Paraná. O motivo não está claro, porém, economia na folha estadual é injustificável, visto que o orçamento global da MINEROPAR não ultrapassa 0,03% do total da folha de pagamento do estado.

A MINEROPAR, empresa pública que completará 40 anos de existência em 2017, tem sido uma referência de gestão em prol da sociedade paranaense, sendo composta por um quadro técnico de excelência com um histórico de trabalhos de grande relevância para o desenvolvimento do Estado do Paraná. Sua extinção representa um retrocesso quando se considera uma estratégia política voltada ao desenvolvimento sócio-econômico de um estado.

É importante salientar algumas das ações executadas pela MINEROPAR na última década:

·         Prestação de serviços geológicos para a gestão do planejamento da expansão urbana.;

• Apoio às ações da Defesa Civil, identificando potenciais áreas de risco geológico e climático; cabe aqui relembrar que em fevereiro de 2011, quando parte do litoral do Estado foi devastado por uma das maiores enchentes ocorridas nos últimos anos. A MINEROPAR teve papel preponderante na preservação de vidas ao identificar áreas de risco de deslizamento e recomendar à Defesa Civil que fosse feita a evacuação integral daquelas localidades. No ano seguinte, em 8 outubro de 2012, o Governador Beto Richa reconheceu a importância do trabalho de integrantes da MINEROPAR no auxílio à população do Litoral ao agraciar funcionários da empresa com a medalha Coronel Dario Natan Bezerra, do Mérito da Defesa Civil.
• Auxilío ao Instituto Ambiental do Paraná - IAP na agilização dos processos de Licenciamento Ambiental e agido nos casos de contaminação do solo pelo vazamento de tanques de combustível, orientando a melhor maneira de solucionar o problema;
• Apoio fundamental aos produtores de calcário, de argila vermelha e branca no que tange à orientação ambiental e no manejo da lavra;
• Divulgação das Geociências e Ciências Naturais por meio de visitas guiadas ao seu Museu de Geologia e Mineralogia, sendo que entre maio de 2015 e junho de 2016, recebeu mais de 14.000 visitantes;
• Realização de levantamentos geológicos sistemáticos, basicamente em regiões de terra roxa, com vistas a compreender melhor seu potencial de uso;
• Catalogação de sítios de grande beleza natural, focado na sua que preservação e promoção de um geoturismo controlado;
• Monitoramento das áreas de recarga do Aquífero Guarani e também análises da quantidade de flúor no aquífero da Serra Geral que abastece 50% do Estado;
• Realização de pesquisa em agrogeologia (rochagem), que consiste na localização de jazidas de rocha com capacidade de substituir fertilizantes químicos;
• Realização de pesquisas no âmbito da Geomedicina em parceria com o Instituto Pelé/Pequeno Príncipe em busca das possíveis causas ambientais promotoras do alto índice de câncer infantil no Norte do Paraná;

Profissionais e estudantes das Geociências de todo o país enfatizam a necessidade do fortalecimento deste órgão frente à vital importância social e implicações diretas no embasamento das atividades em agricultura, recursos hídricos, indústria mineral e no planejamento e ocupação do território paranaense, além do que sua extinção acarretará um prejuízo inestimável com a provável perda da memória técnica, do acervo de dados e do conhecimento acumulado em quase quatro décadas de trabalhos de levantamento geológico do Estado.

Assim, em prol da não extinção da MINEROPAR, assinam as instituições representativas das Geociências no Brasil.

João Cesar de Freitas Pinheiro                       Gilmar Vital Bueno                            Germano Alves Batista

     Presidente da FEBRAGEO                         Presidente da SBGeo                            Presidente da ENEGE